O marketing sensorial é baseado nos 5 sentidos (visão, tato, olfato, audição e paladar) e no estímulo deles através de diferentes pontos de contato a fim de agregar valor à marca.
O ponto central é a experiência do cliente com a empresa, o impulsionamento à compra e a fidelização. Conheça algumas abordagens possíveis para agregar o marketing sensorial enquanto estratégia no seu negócio.
Visão
A visão é o ponto de chegada, não dizem que a primeira impressão é a que fica? A grande vantagem desse sentido é que pode ser amplamente explorado em múltiplos canais desde a fachada até a construção da comunicação no meio digital.
De acordo com pesquisa da Cuponation sobre vendas online em 2020, 57% das empresas estão conectadas apenas e exclusivamente para realizar vendas online, o que revela um crescimento do meio e dos investimentos no digital.
Nesse espaço, uma das grandes ferramentas para aguçar a visão é o vídeo, pois pode mostrar o produto de vários ângulos, além de permitir que se utilize áudio. É também um formato que tende a ser valorizado pelas plataformas após o advento do TikTok, com a criação de canais similares como Reels no Instagram e Shorts no Youtube. Ademais, mostra-se um grande aliado na hora de criar relações com os clientes.
As fotografias dos produtos, portanto, não são menos importantes. Principalmente para os lojistas que trabalham no modelo e-commerce, são uma oportunidade de engajar o cliente na compra criando uma experiência de loja física, com instruções e dicas de uso. Registros do background da produção e da equipe também são legais para humanizar a marca e aproximá-la dos internautas.
Por fim, a construção do espaço físico (como os móveis, iluminação, decoração) e a da marca em si - com suas cores, fontes e símbolos - também são primordiais na hora de comunicar qual o estilo e os valores da marca e, mais do que isso, para criar uma identidade, um reconhecimento e diferenciar-se da concorrência. Camila Farani, Colunista da Forbes, Estadão e MIT Technology Review e investidora no maior reality de empreendedorismo do mundo, o Shark Tank, compartilhou em seu Instagram o seu erro de 280 mil reais que conseguiu reverter com design estratégico.
Uma marca que inspira quando falamos de visão é a Starbucks. A famosa sereia tem fácil e rápido reconhecimento e agrega valor ao seu produto. A identidade intimista com tons amadeirados e quentes prevalece em todos os pontos de distribuição, desde a loja até o PDV no mercado. Além disso, faz um bom uso das redes sociais.
Audição
Quando falamos em audição, é fácil conectar à música. E não está errado! O tipo de música que está tocando no espaço físico da loja, ao abrir o site e atualmente as famosas playlist das marcas no Spotify ajudam na consolidação da identidade da marca e na relação entre ela e os clientes. A música gera uma rápida identificação do estilo e personalidade da marca.
Mas, mais do que isso, a audição é o atendimento. É sobre como receber e atender o cliente, o que falar e não falar e com que tipo de linguagem. No fim, acaba sendo parte da cultura da empresa e deve ser reforçado e revisitado pelo time. É recomendável que esse alinhamento de equipe seja feito também através de treinamentos, primordialmente em franquias onde a quantidade de colaboradores é maior. Assim, em qualquer unidade, o cliente consegue reconhecer a excelência de atendimento.
Outro campo que pode ser amplamente abordado é a publicidade. O rádio e os carros de som ainda são meios de grande influência se bem utilizados! O segredo é investir na produção e aplicar de forma estratégica. Uma opção que faz muito sucesso são os jingles, uma chance de fixar na memória dos consumidores.
Tato
Com a inserção no ambiente digital que teve que ser implementada nas lojas, o tato encontrou sua maior barreira: a impossibilidade de, de fato, tocar e provar as peças. Por causa disso, é preciso pensar nas ferramentas possíveis para ajudar o cliente a, pelo menos, ter a sensação de toque.
Desde as grandes até as pequenas empresas, o vídeo é um meio super bacana para cumprir esse papel. Através dele, pode-se mostrar o produto por diversos ângulos, aproximando das texturas, utilizando ele… Dessa forma, mesmo sem utilizar o tato, esse sentido é aguçado e a sensação é de imersão. Quando pensamos em conteúdo é normal associar unicamente às redes sociais, mas o contato com o cliente através de videochamada também é uma possibilidade e trabalha de forma ainda mais forte o relacionamento.
Apesar disso, o clássico não pode ser esquecido: sempre que possível, levar o produto até o cliente ou o cliente até o produto é o ideal. Isso pode ser feito através das clássicas lojas físicas com provador, onde o cliente pode testar as peças, ou mesmo pelo showroom, onde a diferença é que ele não compra no local! Outro método é o fashion delivery, através do qual a cliente pode tocar as peças, comprando com conforto e segurança e sem exigir do lojista um espaço físico para recebê-lo.
Paladar
Nem precisamos falar que o paladar é a chave para o ramo da alimentação, uma vez que é a qualidade principal do produto. Os cards nas redes sociais, o clima do espaço físico, a arquitetura e design podem levar o cliente às lojas, mas não farão ele retornar se o produto não contentar os clientes. Uma das dicas legais para esse setor é introduzir novidades eventualmente no cardápio. Principalmente em datas comemorativas, edições limitadas (com prazo para acabar) podem dar um up nas vendas.
Porém, o paladar pode ser explorado de diferentes maneiras em outros ramos também, tanto de forma pontual quanto cotidianamente.
Em campanhas e projetos, pode ser explorado através de um coffee break na inauguração de uma loja nova e em datas especiais da empresa, por exemplo. Além disso, é possível fazer parcerias com marcas locais do ramo de alimentos para elaborar um sorteio para clientes, como um jantar ou uma cesta, assim como produzir mimos personalizados - como brownies, pães de mel, docinhos - para a sua marca que podem ser entregues no período da campanha tanto na loja física quanto enviados em campanha através do delivery que teve uma crescente com a pandemia.
Já no dia a dia da empresa, pode-se perceber algumas práticas bacanas e que já são recorrentes, como estabelecimentos que oferecem cafezinho, água, lanchinhos, balinhas ou mesmo cerveja de acordo com o público-alvo. Tudo isso agrega valor à experiência do cliente no espaço físico da empresa e torna a estadia mais agradável. Mesmo que o alimento não seja o seu produto, ele pode se tornar um atrativo para que os consumidores cheguem até você ou permaneçam fiéis à sua marca.
Olfato
Já dizia Chitãozinho e Xororó, aquele restinho do perfume que ficou no frasco serve para relembrar! O olfato traz a memória de diferentes lugares, momentos, pessoas, e porque não, marcas! Seu uso de forma comercial pode ser encontrado como olfactive branding, identidade olfativa ou marketing olfativo, você vai se surpreender!
Esse é um sentido que pode ser explorado de múltiplas maneiras dependendo do segmento. No setor de alimentação - tanto de doces quanto de salgados -, pode virar um dos grandes atrativos para trazer o cliente à loja.
O mesmo acontece nos demais segmentos do varejo. Atualmente, há uma crescente no uso de fragrâncias personalizadas para as empresas. É um detalhe, mas com um apelo forte na memória dos clientes. Às vezes isso funciona tão bem que a fragrância acaba se tornando um dos produtos da loja!
No e-commerce e no fashion delivery, espirrar na sacola ou caixa o perfume da empresa acaba sendo uma alternativa super bacana também, é uma demonstração de cuidado e atenção aos detalhes.
Podemos perceber que o marketing sensorial é para todas as empresas, o fundamental é pensar da sua realidade, no que se enquadra melhor com o nicho e a personalidade do seu negócio. Além disso, a possibilidade de omnicanais que se dá atualmente permite e até exige que as empresas sejam criativas na hora de instigar o cliente frente a um mundo que se complexifica.
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